IPL distingue e promove poeta
Manuel Alegre foi ontem homenageado pelo Instituto Politécnico de Leiria (IPL), na abertura do II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, distinção que considerou "uma homenagem à própria poesia", que "a ditadura do mercado tenta atirar para a quase clandestinidade".
Manuel Alegre recebeu com "comoção e grande embaraço" a homenagem do IPL, sublinhando contudo que "a única compensação da poesia é ela mesma".
"As pessoas associam o meu nome à poesia e isso é muito gratificante", reconheceu, salientando a ligação entre a poesia e o tema do encontro de escritores que decorre hoje e amanhã em Leiria, "A escrita e a cidadania"
"Na nossa história, a poesia sempre foi inseparável da cidadania - desde D. Dinis. E também inseparável da liberdade, dos portugueses e do próprio país", observou o poeta.
Para Manuel Alegre, a distinção hoje recebida é "uma homenagem à poesia num tempo em que a ditadura do mercado tenta atirar a poesia para a margem e para a quase clandestinidade".
"A poesia - disse - é um exercício espiritual e um método de libertação interior. Nesse sentido será sempre um acto resistência contra as múltiplas formas de degradação da vida. É preciso acreditar de novo na força mágica da palavra poética, porque só ela, pelo seu poder alquímico, é capaz de mudar a vida. As palavras inspiram e podem mudar a realidade".
O secretário de Estado da cultura, Mário Vieira de Carvalho, considerou Manuel Alegre "um dos maiores poetas da língua portuguesa e um daqueles também que, de uma forma extraordinária e rara, incorpora o tema deste II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa".
Vieira de Carvalho realçou o merecimento da distinção a Alegre, autor que "transforma as palavras em música e que traz para a língua portuguesa uma poesia cheia de emoção, uma característica eminentemente própria da arte musical".
"Na poesia é que está a verdade. As palavras gastas pelo quotidiano têm o seu sentido aprisionado. Só o poeta pode libertá-las. A sua poesia fala de liberdade mas ele também, ao longo da sua vida, libertou a língua dessa prisão do quotidiano", disse.
O presidente do IPL, Luciano de Almeida, qualificou Manuel Alegre de "vulto incontornável" da cultura e da identidade portuguesas, por "ter mantido viva a luta pela liberdade", dando "testemunho permanente de que a liberdade se constrói em cada momento e cada gesto", resistindo "a cada momento, sempre que ela [liberdade] pode estar em perigo".
A homenagem do IPL ao escritor serviu ainda para lançar o Prémio de Poesia Manuel Alegre, no valor de 7.500 euros, que a instituição quer atribuir de dois em dois anos, para descobrir e revelar novos autores.
A estes, o poeta deixou um recado: "Sinto-me obrigado a dizer-lhes que não tenham ilusões. A poesia é uma festa, mas também uma grande carga de trabalhos. Oxalá este prémio nos revele alguém que não tenha medo dos trabalhos da poesia, alguém que mereça a poesia".
Manuel Alegre recebeu com "comoção e grande embaraço" a homenagem do IPL, sublinhando contudo que "a única compensação da poesia é ela mesma".
"As pessoas associam o meu nome à poesia e isso é muito gratificante", reconheceu, salientando a ligação entre a poesia e o tema do encontro de escritores que decorre hoje e amanhã em Leiria, "A escrita e a cidadania"
"Na nossa história, a poesia sempre foi inseparável da cidadania - desde D. Dinis. E também inseparável da liberdade, dos portugueses e do próprio país", observou o poeta.
Para Manuel Alegre, a distinção hoje recebida é "uma homenagem à poesia num tempo em que a ditadura do mercado tenta atirar a poesia para a margem e para a quase clandestinidade".
"A poesia - disse - é um exercício espiritual e um método de libertação interior. Nesse sentido será sempre um acto resistência contra as múltiplas formas de degradação da vida. É preciso acreditar de novo na força mágica da palavra poética, porque só ela, pelo seu poder alquímico, é capaz de mudar a vida. As palavras inspiram e podem mudar a realidade".
O secretário de Estado da cultura, Mário Vieira de Carvalho, considerou Manuel Alegre "um dos maiores poetas da língua portuguesa e um daqueles também que, de uma forma extraordinária e rara, incorpora o tema deste II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa".
Vieira de Carvalho realçou o merecimento da distinção a Alegre, autor que "transforma as palavras em música e que traz para a língua portuguesa uma poesia cheia de emoção, uma característica eminentemente própria da arte musical".
"Na poesia é que está a verdade. As palavras gastas pelo quotidiano têm o seu sentido aprisionado. Só o poeta pode libertá-las. A sua poesia fala de liberdade mas ele também, ao longo da sua vida, libertou a língua dessa prisão do quotidiano", disse.
O presidente do IPL, Luciano de Almeida, qualificou Manuel Alegre de "vulto incontornável" da cultura e da identidade portuguesas, por "ter mantido viva a luta pela liberdade", dando "testemunho permanente de que a liberdade se constrói em cada momento e cada gesto", resistindo "a cada momento, sempre que ela [liberdade] pode estar em perigo".
A homenagem do IPL ao escritor serviu ainda para lançar o Prémio de Poesia Manuel Alegre, no valor de 7.500 euros, que a instituição quer atribuir de dois em dois anos, para descobrir e revelar novos autores.
A estes, o poeta deixou um recado: "Sinto-me obrigado a dizer-lhes que não tenham ilusões. A poesia é uma festa, mas também uma grande carga de trabalhos. Oxalá este prémio nos revele alguém que não tenha medo dos trabalhos da poesia, alguém que mereça a poesia".
LUSA
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